Por Lucas Pazetto
Foto: Carolina Piai
Líquido que ferve em panela de opressão, mas que procura uma saída nas mínimas frestas e espaços de fuga.
Vapor que esquenta e apita na forma de rap e samba e que quando explode, grafita sua cor pela cozinha inteira.
Transborda sua fúria e beleza alagando o mesmo chão do cozinheiro e, portanto fazendo-o queimar o pé.
Pula e dribla o rodo, como que num skate ou uma bola, fixando sua textura nas infinitas e complexas arquiteturas de suas vielas.
Cheira a churrasco ou a esgoto. Não sei… Depende de quem a sente.
O cozinheiro fica ‘’emputecido’’ com a bagunça toda, mas não adianta! No final das contas, foi ele quem esqueceu o fogo ligado e não deu atenção suficiente ao seu próprio alimento.