por Lucas Pazetto
Já fui do ventre
Da surpresa
E da alegria
Já fui da dúvida
Dos 9 meses
Da expectativa
Já fui do parto
Da mão do médico
E da cesária
Fui dos meus pais
De meus avós
E suas falhas
Fui da escola
Dos meus amigos
E seus pretextos
Já fui da infância
Da adolescência
E seus desejos
Fui da menina
A minha amada
O meu tormento
Fui da injustiça
Que hoje é nada
Dos sentimentos
Já fui do álcool
De outras drogas
E da maconha
De bares porcos
De luxos tortos
Tão sem vergonhas
Já fui do orgulho
Da arrogância
Da redenção
Fui da empatia
Da sintonia
De meus irmãos
Já fui do mundo
De sua loucura
De seus anseios
Já fui tão burro
Fui tão miúdo
Fui tão alheio
Já fui passado
Já fui futuro
Mas (des)presente
Era de todos
Menos de mim
Eu sempre ausente…
Hoje eu não fui
Nem ontem lá
Nem ontem hoje
Hoje eu já sou
Hoje eu já vou
Hoje sou hoje
Mas a lembrar:
Só sou tão meu
Pois houvera tempos
Em que andar
Era impossível
(Até de imaginar)
Se dadas mãos aos ventos
Por: Aye Ariza